que saco!!

Companhia Máskara apresenta espetáculos de Samuel Beckett

O Máskara - Núcleo Transdisciplinar de pesquisas em Teatro, Dança e Performance, da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG,  convida toda a comunidade para  prestigiar o espetáculo "Companhia", que abre o projeto 3X Beckett. O projeto trará a apresentação de três espetáculos do grupo, criados a partir de textos do dramaturgo Samuel Beckett.

Programação
As apresentação serão no Espaço Sonhus, Rua 21, nº 10, Centro, no Colégio Lyceu de Goiânia.


Dias: 12, 13 e 14 de Setembro às 20 hs
COMPANHIA.
Companhia tem 59 parágrafos, referência implícita ao circulo quase completo do relógio. Desses, 15 parágrafos falam de uma cena do passado. Aparentemente o passado de quem está de costas no escuro. A frase de abertura é: “uma voz vem para alguém no escuro. Imagine”. À parte da voz e da pessoa que escuta, há uma outra pessoa, um “outro”. Esta voz fala em segunda pessoa. Esta encenação feita pela Companhia Máskara procura encontrar o diálogo entre estas vozes outras beckettianas. Personas que olham, sentem e buscam o tempo que passa.

Dias 19, 20 e 21 de Setembro às 20 hs
CURTA BECKETT
O desafio de escutar Beckett e continuar apresentando as novas facetas deste inovador das imagens e sons do palco, nos transporta agora a quatro peças curtas deste grande autor irlandês. É grande a tentação de tentar manter Beckett dentro da caixa de Esperando Godot, como se ele fosse autor de apenas um texto dramático. Entretanto Beckett também escreveu textos para o rádio. "Radio 1”, a primeira peça a ser apresentada, é um texto radiofônico escrito em 1961, mostra o diálogo entre um homem e uma mulher que vai visitá-lo, permeado por uma voz e pela música. A segunda peça, “Improviso de Ohio”, foi escrita em 1981 a pedido de Stanley Gontarski para ser encenada em um colóquio sobre Beckett realizado na Universidade de Ohio. Dois personagens, “tão parecidos quanto possível”, concentram-se em uma história lida em um grande livro aberto em suas últimas páginas. Em “Vai e Vem”, três mulheres, também possivelmente semelhantes, encontram-se em um diálogo repleto de silêncios, cochichos, memórias e lembranças. Esta peça, escrita em 1965, teve recente montagem dirigida por Peter Brook, como parte de seu espetáculo “Fragments”, que também continha vários textos de Beckett. “Texto Para Nada IV”, o último fragmento a ser por nós apresentado, faz parte de uma coletânea de 13 “Textos Para Nada”, escritos em 1950. Como sempre, escreve Beckett, o texto é sobre "um personagem indefinido, em lugar igualmente indefinido", nele se constata e reflete o vazio sempre preenchido da existência, um vazio preenchido pelo nada. Quatro vezes nada.

Dias 26, 27 e 28 de Setembro às 20 hs.
QUÊ ONDE
Quê Onde ou Que Donde ou What Where, Quoi où, é um texto onde uma voz afirma ao final: “Faça Sentido Quem Possa”. Último texto de Beckett escrito para o palco (1983), com quatro ou cinco personagens (Bam, Bom, Bim, Bem e a Voz) que entram e saem de cena num desenho circular. Este texto abre leituras múltiplas, pode ser um vaudeville, uma comédia ou um drama brechtiano. Sua dramaturgia é composta de perguntas e poucas respostas, solicita um espectador criativo, não aquele cego às entrelinhas ou ao ritmo da cena. Beckett não se repete porque a vida não se
repete. Talvez haja uma história, ou não.

 

Samuel Beckett

Samuel Backett foi um contista e dramaturgo que conquistou o Prêmio Nobel em 1969. Nascido em 1906 na Irlanda, ele é um dos maiores e mais inquietantes escritores da literatura mundial. Sua obra mais conhecida é Esperando Godot, encenada pelo Máskara/EMAC em 2005 e 2006.

Os personagens de Beckett não desejam esperança, nem buscam mudar o mundo e o seu sofrimento ou alegria não tem nada de heróico e às vezes possui comicidade. Além disso, em sua obra o tempo cronológico é outro, é o tempo incerto da memória e das lembranças. É um tempo/espaço vazio, o mesmo vazio que caracteriza as ações, muitas vezes repetitivas, muitas vezes tem-se a idéia de andar em círculos. "Companhia" foi o último conto/romance escrito por Beckett, nessa peça o enredo e personagem quase não existem, a ação é ainda mais estática do que em seus outros textos. Só há palavras...e memórias, talvez personagens.

 

Maskara 03

 

Maskara 02

 

 

 

Fonte : Emac/UFG

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